Fotos de Francisca Maria - Windows Live

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Pessoas Especiais

Gente

Há gente branca, azul, verde, vermelha, preta.
Há gente fria, gente quente, gente grande, gente pequena.
Gente voadora, gente pé no chão;
Há gente flor, gente sabiá.
Há gente que vê, gente que ouve,
Outras surdas, outras cegas.
Há muito mais gente que máquinas,
Há muito mais gente que AGENTE.
Quase que só HÁ GENTE, em meio a essa
gente ocupada,
E que não produz nada.
Há muito mais coração, em meio a essa
gente em ação.
(Tatá)

A Você

Você que me insulta, disfarçadamente,
Você que não me digere por mais que tente,
Você que não consegue me amar,
Lamento...
Ter...
Que contigo topar.
O pior cego, dizem, é aquele que não
quer enxergar,
Seus defeitos?
Meus defeitos?
Nossos defeitos?
Lamento...
Não tenho cautela,
Sou indigesta...
Não posso agradar a todos.

(Tatá - Em: Momento Literário)

Quero dividir-me!

Meu corpo deve ficar aqui.
Minha cabeça deve viajar.
Minhas mãos, entrego à poesia.
Meus ouvidos, à música.
Minhas pernas, não as fincarei em lugar algum,
elas devem correr o mundo.
Meus olhos ficarão fechados,
porque quero ser guiada apenas pelos meus sentidos.
Meus braços devem agarrar as coisa que escapam do meu coração, porque este sim, tentarei deixá-lo preso à boa poesia.
(Tatá - Jardim/Ce)

Estado de Graça

E eu, que andava na escuridão,
Tropeçando na minha dor,
De repente, você veio me acontecer.
Estou em estado de Graça.
Vou dormir querendo acordar
pra de novo conviver com você,
Luz que habita em mim,
Já não és mais fantasia,
És, agora, o que há de mais concreto.
E, eu sou, agora, mais mulher.
(Tatá / Fevereiro de 2003)

Meu Filho Querido

Hoje, eu conheci dois novos seres humanos.
Um deles invadiu a minha vida,
espalhou sua presença por toda a minha casa,
Meu coração bateu e fez a maior festa do mundo,
E era um ser que eu não conhecia.
Quando olhei, pela primeira vez, o rostinho dele,
estava vendo uma pessoa que ia fazer parte da minha vida para sempre.
Este ser humano, que acabara de conhecer, era meu filho.
E o outro?
O outro era Eu. Finalmente, conhecendo a mágica da vida.
(Tatá - 08 de Fevereiro de 2003)

A Razão e a Diferença

Mas, com você!
Quem me explicará a razão desta diferença?
Um dia, vimo-nos, estranhamente vivemos e separamo-nos,
a frio,
sem dor, porque não houvera paixão nenhuma;
Mordeu-me apenas algum despeito e nada mais.
Correm anos...
Torno a vê-lo, damos dois ou três giros de olhares,
e ei-nos a amar um ao outro com delírio.
Tu chegas, diferente... eu, também,
mas, nós somos, substancialmente, os mesmos.
E eu, à minha parte, não me tornara mais mulher.
Quem me explicará a razão desta diferença?
(Tatá)

Ainda andas por aí?

Quando passavas,
ficava um fermento de desassossego em mim.
Eu não reconhecia a ti, que subitamente,
se punha a olhar-me.
E, então, desaparece sem deixar pistas
de onde devo procurar-te, e com uma
inexplicável tristeza no coração
eu te pergunto:
-Ainda andas por aí?

Poema Adolescente

Quero Estar sozinha!
Quero Ficar sozinha!
Quero Ser sozinha!
Estar???
Ficar???
Ser???
Não. Não quero nada.
Quero uma conclusão, apenas.
Ignoro a moral, a estética, as tradições...
Quero Ser fútil, porque não posso Ficar nem Estar fútil.
O que importa para mim Ficar ou Estar
perfeitamente,
Se não sou perfeita, se não pertenço a isto?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes a vontade, a todos.
Assim, como sou, tenham paciência!
Não me peguem no braço,
Deixem-me Ir sozinha, quero Estar sozinha.

Poesia para Reflexão

Sou Ativa, Passiva, Reflexiva.
Sou Agente, mas Paciente.
Quem espera sempre alcança
ou é preciso correr atrás?
Água mole em pedra dura
de tanto bater perfura ou irrita?
Basta ser paciente ou é necessário
perder as estribeiras?
Ação ou Reflexão?
A vida é uma escolha?

(Tatá - Em: Estudando as Vozes Verbais)

Eu Literária

Acho que não sou Romântica,
Tento ser Moderna.
De um jeito Arcaico, sou Moderna.
Tento, às vezes, ser perfeita, Parnasianamente, perfeita.
Acabo por ser Simbolisticamente imperfeita.
Não, Não estou sendo Metafórica, estou sendo Realista.
Romântica? Sei que não sou, nem estou usando antíteses para confundir.
Quero apenas esclarecer que de forma Barroca, tento ser Naturalista.
Valorizo minhas características Antropofágicas, minhas idéias Futuristas,
minha consciência Orphista.
Creio que até podem me chamar de Neo-Realista,
mas quero que fique bem claro que não é
"Paranóia ou Mistificação", o meu artigo verdadeiro,
que não sou uma Hipérbole,
que não estou tentando, eufemisticamente, mascarar meu estilo.
Não quero Comparações, não quero (isto não é um pleonasmo).
Quero apenas esclarecer,
Paradoxalmente, esclarecer,
Que apenas procuro ser mortal.

(Tatá / Junho de 2006)

Poesia para Aula de Gramática

Eu Gramática

Sou um Sujeito Inexistente,
em meio às Antíteses do meu pensamento.
Devo Conjugar minhas Ações, em meio ao meu Estado?
Preciso de Advérbios que me situem
No Tempo,
No Lugar...,sempre,
Na mesma Intensidade em que faço minhas Afirmações e Negações.
Sou uma Oração Subordinada. Preciso de um Principal para que eu deixe de ser Subjetiva e,
passe a ser mais Direta.
Quero um Principal para tornar-me um Complemento, um Predicativo, um Aposto seu.
Por tudo isso e por ser, ainda, um ser Possessivo, meu Artigo teima em continuar Indefinido.

(Tatá / Junho de 2006)

Machado de Assis

"Ninguém escreve para si, a não ser um monstro de orgulho. A gente escreve para ser amado, para atrair, para encantar."
(Mário de Andrade)
Escolhi este trecho da fala de Mário de Andrade para justificar o meu gosto por escrever. Às vezes, não falo muito sobre o que penso, na verdade,prefiro esconder meus sentimentos, meus pensamentos, meu jeito de ser, minha vida..., talvez,eu não seja quem eu me mostro ser ou não sinta o que eu demonstro sentir. E é por isso que eu escrevo.E, gosto muito de ler também. Adoro Machado de Assis, sou uma incansável e assídua leitora de suas obras. Gosto de tudo o que ele escreveu e imagino-me conversar com seus pensamentos todas as vezes em que leio alguma coisa que ele escreveu. Tudo o que pensa, seu jeito de encarar a vida através da literatura me engrandece como pessoa. É difícil ler Machado de Assis e não gostar dele, é difícil ainda, não reler o que ele escreve. Concordo com quem lhe deu o título de Arquiteto de personalidades, porque realmente há algo especial na forma como ele constrói suas personagens e, elas nunca deixam de nos influenciar. Lamento por quem leu Machado de Assis e não se sentiu uma Capitu,uma Helena ou outra personagem qualquer dele, lamento, inclusive, quem conheceu a sua história de vida real e não se sentiu, ou quis sentir-se Carola.

"Depois... depois, querida, queimaremos o mundo,porque só é verdadeiramente senhor do mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas ambições estéreis. Estamos ambos neste caso; amamo-nos; e eu vivo e morro por ti."
(Trecho e uma carta escrita por Machado de Assis à futura companheira, Carolina Augusta Xavier de Novaes - Dona Carolina)

Tecnologia. O nosso desafio

Conviver com a modernidade é um desafio, uma vez que este ato requer, além de habilidades, uma certa abertura ao que é novo. O processo de mudanças produzido pela modernidade tem promovido, também, uma mudança na forma de como as pessoas se comunicam,se comportam e além de tudo tem mudado o cenário sócio-cultural, modificando inclusive os nossos hábitos.
Trabalhar, hoje em dia, já não significa mais sair de casa e encarar uma rotina simples e individual. Já não se fala mais em trabalho sem pensar em relacionamentos, pois a chave mestra da evolução afetou nossa rotina, nosso modo de ensinar, de aprender, além de nos introduzir novas necessidades práticas. Em casa ou no trabalho, estamos a todo instante frente-a-frente com situações que não dispensam, jamais, o uso da tecnologia. Nossa vida e a vida dos nossos filhos, em fim, a nova geração vem pronta e parece até que no DNA dela, estão presentes partículas digitais. Um exemplo disso são os nossos alunos, que nos dão um “banho” de habilidade e de conhecimento, desde o uso do aparelho de DVD até o uso de programas de computadores mais avançados.
A verdade é que não há mais lugar para coisas nem para pessoas "velhas" e ultrapassadas, não podemos nos tornar lixo não-eletrônico.
A Era digital tem que entrar nas nossas veias.